Ex-prefeito Bernildo Duarte Val foi preso na Operação Escamoteamento (Foto: Reprodução/TV Clube)

O ex-prefeito de Buriti dos Lopes, Bernildo Duarte Val, e o irmão dele, o ex-vereador Juscelino Val, foram presos nesta quinta-feira (23) na terceira fase da Operação Escamoteamento, que investiga um esquema de fraude em notas fiscais e processos licitatórios, para dividir recursos do município entre os dois irmãos e empresários. No total, oito pessoas foram presas nesta fase da operação.

De acordo com o promotor Rômulo Cordão, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), este desdobramento da operação partiu das investigações da segunda fase, principalmente do depoimento de Ana Carolina Portela, empresária do Ceará presa durante a primeira fase da operação e que contribuiu com as investigações.

Segundo a apuração do Gaeco, 10 empresas fantasmas foram identificadas como participantes dos esquema. Elas forneciam notas fiscais falsas de obras e serviços a serem fornecidos para a Prefeitura de Buriti dos Lopes. Entretanto, o valor era repartido entre os participantes do esquema criminoso e a obra executada de forma precária.

 

De acordo com a Controladoria Geral da União, que participou da investigação, os empresários recebiam 6% do valor da nota. 4% era repassado para Carlos Kennedy, homem apontado como o responsável por intermediar a relação entre os empresários e os gestores. Kennedy foi preso ainda durante a primeira fase da Operação Escamoteamento, quando praticava o mesmo crime com a prefeitura de Cocal, e está foragido.

Segundo José Inaldo de Oliveira, diretor de informações estratégicas de combate a corrupção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), depois que os recursos eram divididos entre empresários, operador e pessoas da prefeitura, o prefeito buscava uma forma de executar a obra ou serviço com o que sobrava do dinheiro. Algumas obras teriam sido executadas pelo irmão do ex-prefeito, o ex-vereador Juscelino Val , que é engenheiro.

O diretor explicou que diversas obras realizadas na cidade de Buriti dos Lopes, como creches e uma unidade básica de saúde, estão sendo objeto de aferição. “Em regra, todas têm problemas que decorrem dessa má execução”, disse.

R$ 8,5 milhões desviados

O Gaeco estimou que quase R$ 8,5 milhões em recursos públicos foram desviados pelo esquema entre 2013 e 2016. O promotor Rômulo Cordão disse que as empresas fantasmas usadas para praticar o crime foram criadas entre 2012 e 2015. “Quando ficava muito visível, eles abriam novas empresas. Detectamos que presos das fases anteriores continuavam a praticar crimes com outras empresas”, disse.

Oito homens foram presos pela terceira fase da operação Escamoteamento: os empresários Francisco Elânio Moreira Arruda, Francisco Zerbini e os irmãos Jansem e Gerlan Nunes; os funcionários da prefeitura de Buriti dos Lopes Ademir Felipe Teixeira Filho e Islano Ramabir Silva Pereira; e os irmãos Bernildo e Juscelino Duarte Val, ex-prefeito e ex-vereador de Buriti dos Lopes.

Cinco alvos da operação continuam foragidos: os empresários José Sidney Dourado, Ícaro Rafael Arruda e Lindomar Sousa Nunes , irmão dos presos Jansen e Gerlan; e o homem apontado como operador do esquema, Carlos Kenede Fortuna Araújo.

(Portal G1 Piaui)

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