Advogado Marlon Reis é um dos autores da Lei da Ficha Limpa. Ação movida por ele pode impedir posse de Mão Santa, ou mesmo afastá-lo do cargo, caso assuma.

Advogado Marlon Reis é um dos autores da Lei da Ficha Limpa. Ação movida por ele pode impedir posse de Mão Santa, ou mesmo afastá-lo do cargo, caso assuma.

O Advogado Marlon Reis, representando o Prefeito Florentino Neto, propôs ação de investigação judicial por abuso do poder econômico contra Mão Santa, eleito para assumir a prefeitura de Parnaíba. Marlon Reis é um advogado de expressão nacional. Ficou celebrizado por haver liderado a campanha nacional de mobilização que deu origem à Lei da Ficha Limpa, o que lhe rendeu reconhecimento internacional. Por último foi coautor, com o também Jurista Luiz Flávio Gomes, da tese aceita pelo STF para determinar o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Reis foi juiz de direito no Maranhão por 19 anos, até pedir exoneração com o objetivo de se dedicar à advocacia em matéria eleitoral e partidária. Entre 2008 e 2009, foi juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral.

Segundo o advogado, a campanha feita pelo candidato Francisco de Assis de Moraes Souza (Mão Santa) “foi embasada em disputa desleal que o sagrou vencedor: omissão de recursos e recibos, uso indevido de recursos materiais sem a devida prestação de contas, doações ilegais, além do uso de caixa-dois na sua campanha, o que configura abuso de poder econômico”, sustenta na peça acusatória.

Segundo Marlon Reis o candidato “Mao Santa“ divulgou, a título de total de despesas contratadas, o pífio montante de R$ 33.007,95 para a disputa de uma das prefeituras mais concorridas do Piauí e a segunda mais populosa do Estado. Tornava-se evidente a incongruência, e o valor a menor sugere a existência de `caixa dois` durante toda a campanha”.

Mão Santa já foi cassado uma vez pelo mesmo tipo de corrupção apontada pelo advogado Marlon Reis.

Mão Santa já foi cassado uma vez pelo mesmo tipo de corrupção apontada pelo advogado Marlon Reis.

Comparação
“Apenas para destacar isso, basta comparar o valor de gastos divulgado com as contas de candidatos em municípios ainda menores no Estado, como, por exemplo, em Picos, o candidato JOSÉ WALMIR DE LIMA (Padre Walmir – PT) declarou R$244.123,92 em total de despesas, e seu adversário derrotado, o Gil Paraibano, R$ 205.767,48.

Em Piripiri, e Floriano, cidades ainda menos povoadas e concorridas, a candidata Jôve Oliveira lançou R$230.665,25 a título de gastos em campanha, o candidato Joel Rodrigues R$ 328.610,63 e o candidato Almir Reis R$218.903,35 em total de despesas contratadas, respectivamente”, prossegue o advogado.

Ele mostra também que em municípios vizinhos ainda menores como Luis Correia (com menos de 30 mil habitantes! Portanto representando 1/5 da população de Parnaíba), os candidatos também gastaram mais do que o candidato “Mão Santa” em suas contas: Francisco Araujo Galeno (Kim Do Carangueijo) R$ 56.531,56 e Adriane Maria Magalhães Prado R$42.190,00.

Enfim: não é possível disputar a prefeitura de Parnaiba declarando o gasto TOTAL de R$ 30.000,00 em campanha.
Mas como o candidato agiu para desequilibrar o pleito e declarar valores tão baixos em sua campanha?
Basta analisar detidamente os gastos declarados e comparar com todos os ativos colocados a serviço na campanha para confirmar a omissão de despesas e recursos: Os vídeos produzidos e vistos por todos durante a campanha não foram pagos pela conta eleitoral do candidato, o material publicitário em vídeo usado em programas de TV foi produzido e pago, mas também não passou pela conta da campanha do candidato. Não há nenhum lançamento nestes indicadores.
Ora, como foram remuneradas todas estas atividades em campanha?
Suspeita-se que foi operada a campanha: remunerando ocultamente todos os serviços e bens “por fora“ pela pr[atica de caixa-dois: verdadeiro abuso de poder econômico decorrente de tamanha falta de transparência“, diz o documento.

Segundo declaração do advogado Marlon Reis, “é muito rara a descoberta de casos tão evidentes de desobediência às normas relativas à arrecadação e gastos de campanha. A sociedade cobra a reação das instituições contra o fenômeno do caixa dois. A vitória em Parnaíba não foi justa, mas resultado de disputa desleal decorrente de diversos fatos ilícitos, recheados de provas documentais que os embasam.”

Conteúdo relevante??? Compartilhe!!!