Janguiê Diniz  

Se antes, em um passado recente, fazer um curso superior era algo quase inacessível – seja pelos altos valores das faculdades particulares, seja pela dificuldade de conseguir uma vaga nas instituições públicas –, o cenário atual da Educação Superior é muito mais promissor e democrático. Parte desse progresso é reflexo da expansão da educação a distância (EAD), que vem crescendo a passos largos nos últimos anos.
Segundo pesquisa realizada em 2018 pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), naquele ano, o número de matrículas no ensino a distância nas universidades particulares aumentou de 818 mil para quase 950 mil. Nesse ritmo, a entidade prevê que o EAD supere o ensino presencial em 2023. Razões para esse crescimento não faltam. Os cursos EAD são mais acessíveis à população em vários pontos: é possível estudar onde, como e quando puder, permitindo que o aluno adeque seu tempo de estudo à sua rotina diária; os custos são, em geral, mais baixos do que o ensino presencial; e os diplomas têm a mesma validade dos da modalidade tradicional.
Enquanto o ensino presencial vive um momento de instabilidade, o EAD só cresce. O número de matrículas em cursos de graduação presencial diminuiu 0,4% entre 2016 e 2017; na modalidade a distância, no entanto, houve aumento de 17,6% no mesmo período, maior percentual registrado desde 2008. Os números mostram que o EAD é uma realidade e tem sua força. Ainda que existam pessoas que tenham receio de aderir a esse tipo de ensino, por gosto ou insegurança, fato é que as grandes marcas da educação superior privada no Brasil já voltam seus olhos para o que deve se tornar o futuro do setor. A oferta cresce cada vez mais.
Por vezes, se questiona sobre as limitações didáticas ou pedagógicas do EAD, ou mesmo da falta de oportunidades para networking, mas esses pontos vêm sendo observados pelas instituições que oferecem a modalidade. Para promover o networking, por exemplo, é possível colocar pessoas de locais diferentes, o que gera possibilidades até mais abrangentes de comunicação e troca de conhecimentos. Também, as ferramentas utilizadas para o ensino a distância estão se modernizando para promover melhores estratégias e didáticas. Tudo para que o aluno tenha uma experiência igual à presencial.
 O EAD é uma realidade e vem para somar no desenvolvimento da educação brasileira. Com ele, é possível expandir ainda mais o alcance do conhecimento acadêmico, alcançando milhares de vidas antes distantes desse mundo, impossibilitadas por limitações geográficas ou econômicas. O Brasil é um país continental e, como tal, tem suas dificuldades de levar educação superior a todos os locais. O EAD se torna, então, também uma potente forma de inclusão social.
* Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional
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