Joaquim Magalhães Bezerra Filho

A expectativa de vida do homem na terra tem caído a cada ano. Os nossos patriarcas bíblicos viviam vários séculos. Adão viveu 930 anos, Metusalém, 969, Noé 950. Especialmente após o dilúvio esse número baixou sensivelmente. Abraão viveu apenas 175 anos, Isaque 180, Moisés 120 anos e hoje a média mundial beira os parcos 60 anos. A impressão que dá é que nós temos, a cada ano que passa, diminuído nossos dias de vida.

Se estivesse vivo hoje, meu pai, nosso saudoso Joaquim Magalhães Bezerra (me orgulho de ter todo o seu nome inserido no meu) estaria completando mais um ano de idade. Por vários anos essa data (20/07) foi motivo de alegria. Não de festa, porque ele tinha verdadeira aversão a isso. Lembro-me das conversas que eu tinha com ele no telefone nestas datas e que eram quase sempre as mesmas: eu perguntava: “E aí papai. Tá tendo uma festança aí em casa, hoje?” Ele dava aquela gargalhada que somente dava para os íntimos e dizia: “Meu filho, a morte é a única coisa certa que nós temos. E todos nós estamos nessa fila”. Confesso que eu não esperava que a fila fosse andar tão rápido. Esse ano nós já tínhamos programado um momento em família onde brindaríamos essa data com uma especial atenção.

Mas quando olho para todos esses anos de sua passagem por aqui (dos quais acompanhei quarenta) vejo uma história de sucesso e de felicidade que contagiou toda nossa família. A história de um homem guerreiro, honesto e fiel. Com sua simplicidade quase matuta… (tive que parar um pouco por causa das lágrimas) ele soube conduzir nossa família com hombridade como Noé conduziu a sua para a Arca da Aliança, sem se importar para as críticas ou comentários,  num exemplo de total obediência à Deus. Através da sua invejável determinação soube direcionar sua vida profissional como Moisés direcionou uma multidão de pessoas rumo à Terra Prometida passando pelas mais difíceis provas que alguém pode passar. Com sua sabedoria nata ele traçou seu destino, estipulou metas e foi um vencedor, pois no final de sua vida pode me confidenciar sua admiração por aqueles que amam a Deus. E por ele ser um vencedor acredito que, hoje, meu pai já deve ter recebido a coroa da vitória das mãos no nosso Pai.

Não sei ainda quanto tempo eu tenho nessa “fila”. Nem quando vou poder ser considerado um vencedor, mas espero que, quando chegar a minha vez, eu tenha deixado um pouco do exemplo que o papai (era assim que eu gostava de chamá-lo) me deixou. E que algum dia meu filho (Juan) possa escrever algo simples como isso que agora estou escrevendo e honestamente expressando.

Você também não sabe em que posição você está na fila, daí a importância de confiar em Deus e se entregar somente à Ele pois a Bíblia revela que “ao homem foi dado o direito de viver uma só vez, vindo depois disso o juízo”.

Nesse dia 20/07/05 eu não quero me lembrar melancolicamente do papai. Quero sim, agradecer à Deus pelo  privilégio de ter me colocado no seio de uma família tão equilibrada, harmônica e cheia de amor que teve como cabeça este homem de conduta tão ilibada. O guerreiro foi chamado para uma outra esfera. Não está mais em nosso meio, mas deixou implantado em nossos corações muito mais do que armas, deixou exemplo. E se você conviveu com este homem, você sabe do que estou falando. Portando hoje, 20/07/05, não é dia de tristeza mas dia de orgulho em saber que o “homem-exemplo” passou por aqui, marcou nossas vidas, imprimiu seus conceitos e todos que estivemos perto deles fomos abençoados. Alegre-se pois a “fila” anda, mas os exemplos se perpetuam.

Beijos à todos. Amo vocês.

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