A Praça da Graça, em Parnaíba, amanheceu nesta terça-feira (28) com um protesto à violência que atinge membros da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) em Parnaíba e no Brasil, com a ocorrência frequente de assassinatos, muitos deles sem esclarecimento. A manifestação organizada pelo Grupo Guará com apoio da Comissão da Diversidade Sexual da OAB Parnaíba, montou no local o cenário de um cemitério, com dezenas de cruzes representando homossexuais, entre eles gays e travestis, mortos nos últimos 10 anos em Parnaíba. Também foram colocados cartazes com fotografias das pessoas assassinadas, alguns ainda sem conclusão do processo penal.
Segundo o vice-presidente do Grupo Guará – entidade de defesa dos direitos humanos, dedicada à causa LGBT – o protesto lembra os casos de violência e mortes em Parnaíba, mas também se insere nas atividades do Dia do Orgulho LGBT, que acontece mundialmente nessa data, em memória da chamada Batalha de StoneWal, em Los Angeles, ocorrido no dia 28 de junho de 1969 em Los Angeles, Estados Unidos que consistiu em violenta abordagem policial contra o público LGBT que, pela primeira vez teria reagido.
Nos casos de Parnaíba, denunciados nesta quarta-feira na Praça da Graça, incluem-se diversos assassinatos, crimes na maioria insolúveis, como dos travestis Leo e Michele Santos, do artista plástico Carlos Guido, dos senhores Raimundo e Chiquinho (ambos mortos dentro de casa) e, há poucos dias, do jovem Diego, nas proximidades do Conjunto Joaz Souza.
Para o líder de movimento social Wellington Silva, esse protesto é uma forma de chamar a atenção da sociedade e das autoridades em geral para a crise humanitária que faz aumentar a violência por motivos de homofobia, atingindo uma parte da sociedade brasileira. Ele faz um balanço rápido das mortes causadas pela homofobia no Brasil: Em 2012, 338 pessoas; em 2013, 314 pessoas; em 2014, 331 pessoas e no ano passado, 319 pessoas.